sábado, 29 de dezembro de 2012

DOCUMENTÁRIO: A REVOLUÇÃO VIRTUAL

A série da BBC trata dos diversos aspectos do impacto da web na humanidade, não apenas sobre as questões recorrentes de marketing e propaganda. São quatro horas para refletirmos com profundidade sobre a maior revolução social já vivida por nossa espécie.

  Episódios completos e dublados

A Revolução Virtual - Ep. 01 - O Grande Nivelamento? 

 


A Revolução Virtual - Ep. 02 - Inimigo Do Estado? 


A Revolução Virtual - Ep. 03 - O Preço da Gratuidade 


A Revolução Virtual - Ep. Final-04 - Homo Interneticus?

 


 

 

 

 

 

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

FILME: A COR DO PARAÍSO

Uma produção iraniana que recebeu muitos prêmios mundo afora. 



A Cor do Paraíso narra a comovente história de Mohammad, um menino cego que mora numa escola para deficientes visuais e que, nas férias, volta para seu vilarejo nas montanhas, onde convive com as irmãs e sua adorada avó.

O pai, que é viúvo, se prepara para casar novamente. Mohammad é um garoto muito vivo, que tem uma enorme sensibilidade. Seu jeito simples de "ver o mundo" é uma lição de vida.

FILME: COMO ESTRELAS NA TERRA

Como Estrelas na Terra é um filme indiano. Como estrelas na terra relata, essencialmente, a história de vida de uma criança com dislexia





COMO ESTRELAS NA TERRA


Uma lousa de sala de aula preenchida por números e letras misturados e, na frente dela, professoras típicas anunciando as notas de seus alunos. Aqueles que tiveram bom desempenho ganham um sorriso de satisfação, e aquele que sempre vai mal recebe uma expressão de decepção.

Assim inicia-se o filme que nos mostra, através da história de um menino com dislexia, o sofrimento pelo qual uma criança em idade escolar pode passar, cercada de pessoas incapazes de entender o que se passa com um outro, especialmente quando este é uma criança.  

"Como Estrelas na Terra” é dirigido pelo, até então, ator e produtor Aamir Khan, que impressiona pela qualidade, criticidade e sensibilidade do filme, no qual atua como o professor substituto Ram Shankar Nikumb. Embora a história seja focada em uma criança em especial, o filme mostra as negligências, falta de cuidado e de atenção com a maioria das crianças. Em especial, mostra o real papel do educador para a formação de um novo ser. 
       
Diferente da maior parte do cinema indiano, as músicas neste filme não são apenas para promoção do mesmo, mas uma parte importante da construção deste, sendo inseridas na historia quase como nos dizendo o que as situações representam, sem as cenas de dança típicas do cinema bollywoodiano - nome dado à indústria de cinema hindi, a maior indústria de cinema indiana, em termos de lucros e popularidade, cujo nome se deve à fusão de Bombaim (antigo nome de Mumbai, onde se localiza a indústria) e Hollywood (indústria cinematográfica americana).

 Sendo diferente de todas as outras pessoas, o menino Ishaan – protagonista do filme - sempre arranja confusão, mas por não estar dentro do mundo deles, consegue enxergar coisas que os outros deixam passar despercebidas. 

  A primeira música do filme nos mostra exatamente isso, ao criticar o ritmo de vida pré-moldado e frenético da família de Ishaan - que enfrenta diariamente uma “luta maluca para chegar a um destino”. Em oposição a isso, as crianças “não são escravas do tempo, são livres, tem reuniões com as borboletas e debates com as árvores.” 

Mas não é isso o que a sociedade espera delas, como vemos com a mãe do menino, que, mecanicamente, assume o papel de tirá-lo desse estado, procurando adaptá-lo para a vida no mundo dito real, o do trabalho, com horários marcados.     
   
Na escola, vemos a religião impondo regras e organização utópicas, sem levar em consideração as crianças, que não escutam, muito menos entendem, o que lhes dizem. No mesmo cenário, surge a professora enérgica que grita, impaciente, com os alunos que ela não enxerga.          

Ao ser ordenado a ler um texto, Ishaan responde que “As letras estão dançando”, e a professora acha que o aluno zomba dela. Tendo sua dificuldade ignorada, o garoto fica nervoso (como era de se esperar) e utiliza-se de ‘mal-comportamento’ para sair da situação. Não importa muito aqui o motivo pelo qual os professores fazem isso, mas sim o que acabam fazendo às crianças, que sempre pagam pela ignorância dos outros.          
 

Todos os outros alunos zombam de Ishaan, acabando por humilhá-lo, e, triste, o menino foge da escola à procura de liberdade, o que não encontraria naquele lugar. A música que se segue explicita o pensamento do menino: “Existem outros como eu? Não estou sozinho sonhando acordado, de olhos abertos?”
 

Para os pais, Ishaan é preguiçoso, desatento. O pai é agressivo, não percebe que ele é apenas uma criança e o quanto pode ser assustador para ele. Ambos os pais deveriam apoiar o menino, mas ficam nervosos, xingam, batem – não conseguem ver com os olhos do filho, apenas através dos seus.

Logo, Ishaan deverá mudar-se de escola, pois suas professoras dizem que ele não progride, erra de propósito e não se interessa pelas aulas. Mas a culpa é dele ou as aulas eram desinteressantes? Quem deveria fazê-lo se interessar e ajudá-lo a progredir? 

Frente ao “fracasso” do filho, os pais só conseguem pensar em si mesmos: o pai sente-se insultado por ter um filho chamado de retardado e a mãe, por sua vez, sente-se culpada, questionando-se sobre onde teria errado. Nenhum dos dois pensa em como o menino está se sentindo e o punem (colocando realmente a culpa pelo fracasso em Ishaan), mandando-o a um colégio interno, com o qual o menino tem pesadelos e implora para não ir. Ainda assim, ele não tem chances, pois está sozinho – sem alguém que possa entendê-lo.
 

As cenas em que Ishaan é deixado no colégio interno, ao som da música ‘Maa’, que significa mãe – uma das mais belas do filme –, mostram a dor e desencantamento do menino, ao se ver abandonado. “Sou tão ruim assim, mãe?”, ouvimos na canção que mostra os sentimentos de culpa e sofrimento pelos quais toda criança passa ao ser castigada por aqueles que mais ama.         

Toda criança passa por isso, ao apanhar dos pais – ou mesmo brigar com eles – e logo em seguida ser impulsionado a chorar no colo deles, afinal de contas não há a quem mais recorrer (são como o Deus que ama, e por isso pune, mas não deixa de merecer o amor do filho). 

O filme também destrói a crença de que a mãe sabe o que é melhor para o filho, mostrando que apenas o sentimento que se tem por este não é suficiente. Para criar uma criança do melhor modo é preciso ter conhecimento sobre o mundo, saber entender o outro e poder ajudar quando preciso, sabendo identificar necessidades e enxergar oportunidades.        
 

No colégio interno, a regra é disciplina. As crianças se adaptam ao sistema e apenas reproduzem o que lhes é dito, assim agradando aos ‘mestres’. “Lembre-se do que ele diz e imite-o”, sugere um colega de Ishaan, demonstrando o método com o qual é possível sobreviver ali (cenário idêntico às escolas tradicionais daqui – Brasil).       
 

 Ao longo dos dias, Ishaan ouve de todos ao seu redor (pai, mãe, professores, etc) a mesma opinião, de que é preguiçoso, desatento, incompetente... Ninguém busca compreender os motivos de seu comportamento, mas todos o julgam.       
 

“Por que você não consegue?”, berram os professores na música que se segue, onde vemos o desespero de Ishaan, que não consegue se adaptar ao sistema insano de obediência e repetição. Impossível não lembrar de “Another Brick In The Wall”, pelo tom agressivo com que as críticas à educação são feitas, com a diferença que, no filme em questão, os professores são quem têm a palavra, demonstrando toda a sua prepotência e arrogância frente ao papel de professores.
 

Longe da família e ridicularizado no novo ambiente, Ishaan torna-se apático, vazio. A vivacidade, alegria e curiosidade que o levavam a produzir ricos desenhos e pinturas, agora são substituídos pela tristeza do abandono, pela decepção, em especial com a atitude da mãe, pela repressão e autoritarismo que agora lhe são contínuos, sem ter para onde fugir.  

Anestesiado, o menino parece entrar em um ciclo autodestrutivo – não estando descartadas as possibilidades de suicídio ou abandono social – e não se dá conta de que poderia obter ajuda do novo professor que se apresentava de modo diferente, dizendo aos alunos que a partir de então, em sua aula, estavam livres.         

Este professor, Ram Shankar Nikumb, vindo de uma escola de crianças especiais, tem uma outra visão do ensino, que olha para o aluno e atende às suas necessidades, bem como abre novos caminhos. Os outros professores dizem-lhe, por sua vez, que seus métodos não funcionariam ali, onde as crianças eram preparadas para a “batalha da vida”.         
 

“Crianças têm de competir, fazer sucesso, vencer”, diz um dos professores, que deveria ser um profissional apto a lidar com as diferenças e mostrar que as coisas mais importantes não consegue-se passando por cima de ninguém, mas se obtém da própria vida. Mas ainda são poucos os professores que realmente sabem o valor e importância de sua profissão. 

Assume-se simplesmente o papel de adaptar as crianças ao mundo competitivo e alienante do trabalho – e achando que com isso estão contribuindo suficientemente para a formação dessas pessoas.   
 

Ram, diferente dos outros, olha para Ishaan e vê o que ninguém percebia, que “seus olhos berram por socorro”, e seu papel é ajudar o menino. Mas não é precipitado, antes busca analisar os cadernos, conversar com o único amigo de Ishaan e, inevitavelmente, procurar a família – essencialmente, busca entender quem é aquela criança.  

Ao som da música que dá título ao filme, vemos o professor Ram Nikumbh em contato com as crianças especiais e, em seguida, indo conversar com os pais de Ishaan. Antes de mostrar o papel do educador, o filme ensina, mais do que isso, o significado e as implicações de se ter um filho. O professor interpela os pais de Ishaan sobre as dificuldades do garoto, que para eles são apenas erros e indisciplina, e tenta mostrar-lhes que Ishaan não faz nada daquilo por ser preguiçoso ou burro, mas por ter dificuldade em entender as palavras e seus significados. O mal comportamento de Ishaan, explica aos pais, vem da dificuldade de admitir suas incapacidades: é mais fácil dizer “não quero”, ao invés de admitir que não consegue.          
 

O professor, então, depara-se com a dura realidade de que os pais não se importam que o filho esteja bem, mas que seja bem-sucedido perante os outros. “Como ele vai competir? Terei de alimentá-lo a vida toda?” questiona o pai, mostrando sua real preocupação com a própria imagem e desejo, desconsiderando as dificuldades, bem como o bem-estar do filho. “Nessa corrida desesperada, alimentam cavalos de corrida, não crianças”, indigna-se Ram, completando que forçar crianças a carregar o fardo das ambições de seus pais é pior do que trabalho infantil.       
 

Então que, compreendendo o ambiente onde viveu Ishaan e percebendo características de dislexia nos materiais e comportamento do aluno, o professor parte para sua missão de resgatar o garoto para a vida, despertando-lhe o interesse pelo estudo e mostrando-lhe que ele não está sozinho.           
 

Após Ishaan estar alcançando progressos em relação aos estudos, graças à compreensão do professor, o pai do menino vai ao colégio dizer a Ram que andaram pesquisando sobre dislexia, para que ele não ache que sua família não se importa com Ishaan. Neste momento marcante, o professor diz o que é importar-se e como isso é essencial para uma criança. Dar suporte, apoiar, encorajar, oferecer ajuda e carinho são coisas indispensáveis. 

É isso o que uma criança precisa dos pais, mas, na grande maioria das vezes, estes são muito mais eficazes em desencorajá-las e lhes fazer achar que são ruins, que são o problema. Isto foi o que fizeram também os pais de Ishaan – apontado por Ram. “Que bom que vocês acham que se importam”, conclui o professor, demonstrando que não concorda com o modo como os pais agiram com Ishaan, fazendo o pai perceber o quão responsável pelo sofrimento do filho ele era. 

É importante deixar claro que não é o diagnóstico de dislexia que desperta Ishaan, mas a grande oportunidade do garoto surge da compreensão, identificação e ajuda que lhe oferece o educador. Partindo do olhar da criança, e entendendo seu mundo, fica fácil abrir portas para a aprendizagem, utilizando métodos e recursos apropriados e interessantes. Ram teve a capacidade de colocar-se no lugar de seu aluno e, partindo de seu mundo, apresentá-lo aos conhecimentos que o menino tanto ansiava por construir, mas não tinha oportunidade ou auxílio.      
 

Aí vemos a diferença de um professor – educador – que se compromete com o aluno, não com os conteúdos. Em contato com outros professores, iguais aos tantos outros das escolas que frequentou, ou outros profissionais que poderiam lhe sugerir que tomasse remédios que apenas o adaptariam e entorpeceriam, o diagnóstico de dislexia pouco favoreceria Ishaan. 

Fracassada é a forma de ensinar que vemos incansavelmente no inicio do filme e por diversas vezes em nossas vidas, com a separação dos conhecimentos, descontextualização dos conteúdos com a vida das crianças e a obediência em oposição à reflexão e criticidade. A diferença está no modo como as dificuldades são observadas e trabalhadas, respeitando-se o ser humano por trás dos rótulos, observando suas potencialidades e dando importância ao que realmente fará a diferença na vida dessas crianças: o conhecimento.    

Diga-se de passagem que erros ou trocas grafêmicas (troca de letras semelhantes) e espelhamentos de letras são naturais quando as crianças entram no processo de alfabetização, e não indicam necessariamente que a criança seja disléxica.      
 

Ao final do filme, vemos os professores e pais de Ishaan reconhecendo suas limitações, se humanizando e percebendo os outros – cena difícil de ser vista na vida real. Temos realmente um final feliz – que não cabe aqui exprimir em palavras. Mas junto com os créditos, vemos que o final feliz é apenas na ficção, talvez apenas para algumas poucas crianças da vida real, pois surgem na tela imagens de crianças reais, malcuidadas, maltratadas, exploradas, que, ainda assim, sorriem e não deixam de ser crianças, ávidas por conhecimentos. 
 

O filme como um todo nos apresenta uma ficção que não tem nada de irreal – é a história da vida de incontáveis crianças e adultos. Quiséramos nós que tudo isso fosse apenas mais uma história de ficção

FILME: A MARVADA CARNE

Folclore e universo caipira brasileiro

A Marvada Carne (1985), primeiro longa de André Klotzel, teve sua estréia no Festival de Cannes/Semana da Crítica, e foi vencedor entre outros tantos prêmios, de 9 kikitos no Festival de Gramado.
O filme é como uma homenagem ao universo da cultura caipira, vista aqui num embate com a cultura da cidade. Adaptação de uma peça teatral de Alfredo Soffredini, A Marvada Carne também recorre à mitologia brasileira ao colocar em cena figuras como o Saci e o Curupira. É considerada uma das comédias mais divertidas do moderno cinema brasileiro.

 Sinopse

Nhô Quim (Adilson Barros) perambula com seu cachorro pelo interior paulista, sonhando com duas coisas: encontrar uma noiva e comer carne de vaca. Ele conhece a jovem Carula (Fernanda Torres) numa aldeia onde reza todos os dias à Santo Antônio, pedidindo que lhe arranje um marido. Para fisgar Nhô Quim, Carula diz que seu pai, Nhô Totó (Dionísio Azevedo), possui um boi que será carneado no dia do casamento. Entretanto, antes de casar, Quim deve cumprir uma série de provas.


segunda-feira, 30 de julho de 2012

Documentário: A PONTE



Versão completa em HD do documentário "A PONTE" 2006 / Instituto Ruhka / Sindicato Paralelo / Direção: Roberto T. Oliveira e João Wainer / Fotografia: João Wainer / Produtores Associados: Roberto T. Oliveira e Marcelo Loureiro / Trilha Sonora: Zé Gonzales e Daniel Ganjaman / Direção de Arte: Paulo Franco / Edição: André Dias e Alex Kundera / Produção: Claudio Gabriel e Julio Sena / Fotografia adicional: Lula Maluf, Arci Reis, Roberto T. Oliveira e Claudio Gabriel / Finalização: Alex Kundera / Mixagem: Daniel Ganjaman (Estudios YB) / Participações: Mano Brown, Ferrez, Floriano Pesaro, Paulo Lima, Padre Jaime, Fabio Gurgel, Saulo Garroux, João Batista Cardoso /

sexta-feira, 8 de junho de 2012

quinta-feira, 31 de maio de 2012

O GÊNERO TEXTUAL ARTIGO CIENTÍFICO



                        O gênero textual artigo científico

                                                                                                              Ms. Magna Campos

Resumo: Este trabalho apresenta as normas e os elementos básicos comuns ao gênero textual artigo científico e visa servir de orientação para a escrita de artigos, especialmente por estudantes do curso de Direito, de acordo com os padrões da ABNT-NBR 6022/2003 e com os pressupostos teóricos da produção do gênero textual acadêmico científico. São abordadas as questões fundamentais envolvidas no planejamento de um artigo, as características, a estrutura e o detalhamento dessa estrutura. Desta forma, obtém-se uma maior preparação do iniciante para a escrita do texto no âmbito deste gênero científico.


Palavras-chave: artigo científico; especificidades; gênero textual.



Sumário: Introdução. 2 O artigo científico: especificidades. 2.1 Questões fundamentais. 2.2 Características. 2.3 A Estrutura. 2.4 Detalhamento da estrutura. 3 Considerações Finais 4. Referências.



Acesse aqui: http://pt.scribd.com/doc/95150157/O-genero-textual-artigo-cientifico. 

terça-feira, 29 de maio de 2012

Argumentação: a eficácia das palavras

A escrita como uma habilidade advinda do trabalho constante: o caso do texto argumentativo

Ms. Magna Campos

A construção de um texto ou de um discurso argumentativo se dá pelo trabalho, e não por inspiração de entidades mágicas, por dom. Trata-se de uma habilidade desenvolvida pelo trabalho constante e bem realizado, tanto de escrever quanto de reescrever. A importância de destituir a escrita da acepção de dom é vital, pois só assim podemos torná-la possível de ser trabalhada e melhorada constantemente.

Nesta mesma perspectiva, argumenta Citelli, em seu livro "O texto Argumentativo". Leia-se abaixo: 

A nossa perspectiva foi a de conceber a linguagem como trabalho, daí a constância de termos como pesquisa, estudo, plano, escrita, reescrita. Feliz ou infelizmente, produzir textos exige tanto algum domínio do sistema expressivo como o envolvimento com as coisas do mundo. Por isso não se trata de algo fácil ou difícil, mas de um desafio que pode e deve ser vencido. (CITELLI,1994,p.78)

Todavia, para escrever é preciso conhecer como dizer e também o que dizer. E para se ter as "ideias", ter o que se dizer, é preciso ler com perspicácia o mundo que nos circula e, igualmente,ler a nós mesmos.

A argumentação, por sua face dupla - o convencimento e a persuasão -, faz parte do cotidiano, presentes na publicidade, nos editoriais, nos artigos de opinião, nos discursos políticos e jurídicos e em nossa fala corriqueira, pois como afirma Koch (2002, p.19):

"Como ser dotado de razão e vontade, o homem,constantemente, avalia, julga, critica, isto é, forma juízos e valor. Por outro lado, por meio do discurso – ação verbal dotada de intencionalidade – tenta fluir sobre o comportamento do outro ou fazer com que compartilhe determinadas de suas opiniões. É por esta razão que se pode afirmar que o ATO DE ARGUMENTAR constitui o ato lingüístico fundamental, pois A TODO E QUALQUER MOMENTO SUBJAZ UMA IDEOLOGIA, na acepção mais ampla do termo. A neutralidade é apenas um mito: o discurso que se pretende “neutro”, ingênuo, contém também uma ideologia – a da sua própria objetividade". (grifos da autora)

Por isso, deixo aqui alguns exemplos interessantes de argumentação em textos verbais e não verbais:

























Fonte: http://sociedade-e-persuasao.blogspot.com.br/















O cego e o publicitário

Dizem que havia um cego sentado na calçada em Paris, com um boné a seus pés e um pedaço de madeira. No boné, estava escrito com giz branco: "Por favor, ajude-me, sou cego". Um publicitário, da área de criação, que passava em frente a ele, parou e viu umas poucas moedas no boné. Sem pedir licença, pegou o cartaz, virou-o, pegou o giz e escreveu outro anúncio. Voltou a colocar o pedaço de madeira aos pés do cego e foi embora. Pela tarde o publicitário voltou a passar em frente ao cego que pedia esmola. Agora, o seu boné estava cheio de notas e moedas. O cego reconheceu as pisadas e lhe perguntou se havia sido ele quem reescreveu seu cartaz, sobretudo querendo saber o que havia escrito ali. O publicitário respondeu: "Nada que não esteja de acordo com o seu anúncio, mas com outras palavras". Sorriu e continuou seu caminho. O cego nunca soube, mas seu novo cartaz dizia: "Hoje é primavera em Paris, e eu não posso vê-la!"


 O caso da melancia

 Justiça: Penal Direito discutido: furto N. processo: autos nº 124/03 Localidade: Palmas/TO Nome do juiz: Rafael Gonçalves de Paula Instância: primeira- 3ª Vara Criminal da Comarca Ponto relevante da decisão: decisão contra a lei, o juiz não aponta fundamentação legal 


DECISÃO Trata-se de auto de prisão em flagrante de Saul Rodrigues Rocha e Hagamenon Rodrigues Rocha, que foram detidos em virtude do suposto furto de duas (2) melancias. Instado a se manifestar, o Sr. Promotor de Justiça opinou pela manutenção dos indiciados na prisão. Para conceder a liberdade aos indiciados, eu poderia invocar inúmeros fundamentos: os ensinamentos de Jesus Cristo, Buda e Ghandi, o Direito Natural, o princípio da insignificância ou bagatela, o princípio da intervenção mínima, os princípios do chamado Direito alternativo, o furto famélico, a injustiça da prisão de um lavrador e de um auxiliar de serviços gerais em contraposição à liberdade dos engravatados que sonegam milhões dos cofres públicos, o risco de se colocar os indiciados na Universidade do Crime (o sistema penitenciário nacional). Poderia sustentar que duas melancias não enriquecem nem empobrecem ninguém. Poderia aproveitar para fazer um discurso contra a situação econômica brasileira, que mantém 95% da população sobrevivendo com o mínimo necessário. Poderia brandir minha ira contra os neo-liberais, o consenso de Washington, a cartilha demagógica da esquerda, a utopia do socialismo, a colonização européia. Poderia dizer que George Bush joga bilhões de dólares em bombas na cabeça dos iraquianos, enquanto bilhões de seres humanos passam fome pela Terra - e aí, cadê a Justiça nesse mundo? Poderia mesmo admitir minha mediocridade por não saber argumentar diante de tamanha obviedade. Tantas são as possibilidades que ousarei agir em total desprezo às normas técnicas: não vou apontar nenhum desses fundamentos como razão de decidir. Simplesmente mandarei soltar os indiciados. Quem quiser que escolha o motivo. Expeçam-se os alvarás.

Palmas - TO, 05 de setembro de 2003. Rafael Gonçalves de Paula Juiz de Direito


Sim ao livro, não à catraca
      É muito interessante a iniciativa de se criar um monumento para a “descatracalização” da vida. A catraca é metáfora para toda forma de controle social que enfrentamos cotidianamente, e representa não só o controle material – câmeras filmadoras, pontos de entrada e saída no trabalho, notas escolares, números de identificação nas instâncias burocráticas estatais –, mas também o invisível, como o exercido pelos preceitos morais e religiosos e pelas normas vindas do desenvolvimento da ciência moderna, de longe, as formas de controle mais eficazes e prejudiciais – que “enquadram” sem que percebamos. Que aprisionam. Que emburrecem.

Já disse o filósofo francês Michael Foucault que muito mais eficiente que o controle é a autodisciplina. As religiões, por exemplo, instituíram valores morais que determinam como devemos viver. Como somos educados desde a infância dessa forma, esses valores são tão fortes que acabam sendo fiscalizados por nossa própria culpa, um elemento disciplinador interno que nos impede de ir contra a corrente. Os valores da moral judaico-cristã, por exemplo, nos dizem que devemos ser heterossexuais, nos casar, ter filhos, trabalhar muito, controlar nossos impulsos sexuais e agressivos. Apesar de muitas dessas regras facilitarem a vida coletiva, elas contrariam impulsos naturais importantes a alguns ou todos de nós, e nos condenam a repressões internas que causam sofrimento. Sigmund Freud defende essa idéia no livro O mal-estar na civilização. Um único preceito moral, como “não fazer mal aos outros”, talvez pudesse regular a vida social sem oprimir tanto os cidadãos.

Outra forma de controle ainda disfarçada que ganha cada vez mais força é aquela que se mascara em saber científico. Vivemos sob a ditadura das recomendações para se atingir saúde, vida longa, felicidade, fortuna, sucesso. A ciência exata e humana do século 20 nos manda fazer exercícios, não beber em excesso, ter orgasmos sempre, viver cada minuto como se fosse o último e definir metas profissionais. Essas instruções, algumas meramente cosméticas, vazias, têm cada vez mais penetração social, vide a freqüência com que aparecem na mídia ou o sucesso de venda dos livros de auto-ajuda e gestão empresarial. São fórmulas que parecem nos dizer: “sejam disciplinados, não é preciso ter arrebatamentos de alegria e liberdade, apenas sejam medianamente e controladamente saudáveis e produtivos”. Típica estratégia capitalista para manter as pessoas trabalhando muito, em acordo com a ideologia política vigente, mas satisfeitas por estarem praticando hábitos saudáveis, serenos.

      Há quem diga que tantas regras religiosas e de auto-ajuda aquietam as pessoas e promovem o bem-estar social. São os covardes, os tiranos. Aqueles que ignoram os efeitos da educação e da cultura como civilizadoras, mas com a vantagem de estimularem o bom senso e a autonomia.
 

quinta-feira, 24 de maio de 2012

The Fantastic Flying Book of Mr. Morris Lessmore





O curta animação The Fantastic Flying Book of Mr. Morris Lessmore, dirigido por William Joyce e Oldenburg Brandon, recebeu o Oscar de 2011.

A história do Sr. Lessmore é simples. Morris está calmamente escrevendo seu livro, quando uma tempestade leva ele, seu livro, sua casa, sua cidade até as palavras… Enquanto tenta recolher os pedaços de seu livro, ele encontra um livro simpático que leva a um novo lar e da vida. É uma história sem palavras sobre palavras e histórias

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Geração Baby Boomer, geração x, geração y

 





Uma pequena série de reportagens a respeito das gerações:


















 
Baby Boomer: é uma definição genérica para crianças nascidas durante uma explosão populacional – Baby Boom em inglês, ou, em uma tradução livre, Explosão de Bebês. Dessa forma, quando definimos uma geração como Baby Boomer é necessário definir a qual Baby Boom, ou explosão populacional estamos nos referindo.
Em geral, a atual definição de Baby Boomers, se refere aos filhos da Segunda Guerra Mundial, já que durante a guerra houve uma explosão populacional.
Normalmente são as pessoas nascidas no final da década de 1940. Acadêmicos justificam o fato, explicando que o ser humano tem uma característica de aumentar a reprodução quando se sente ameaçado ou em perigo por determinados períodos, que foi o caso da Segunda Grande Guerra. Na prática, no entanto, se consideram como Baby Boomers os nascidos entre 1946 e 1964, separados em duas gerações:
a.     Primeiros Boomers (1946 a 1954)
b.    Boomers posteriores (1955 a 1964)
São os considerados pais da Geração X e avós da Geração Y e parte da Geração Z.
Podemos determinar as seguintes características para a Geração de Baby Boomers:
- Possui renda mais consolidada.
- Tem um padrão de vida mais estável.
- Sofre pouca influência da marca no momento da compra.
- Apresenta maior preferência por produtos de alta qualidade.
- Prefere qualidade a quantidade.
- Experiências passadas servem de exemplo para consumo futuro.
- Não se influencia facilmente por outras pessoas.
- Não vê o preço como obstáculo para perseguir um desejo.
- É firme e maduro nas decisões.

Geração X
Os integrantes da Geração X têm sua data de nascimento localizada, aproximadamente, entre os anos 1960 e 1985. A Geração X é formada pelos filhos da Geração Baby Boomers, formada logo após a Segunda Guerra Mundial e pelos pais da Geração Y.
Apesar de haver tentativas anteriores de se utilizar o termo Geração X, a definição que se refere à Geração que teve início na década de 60 se deve a um estudo realizado por Jane Deverson. A idéia era classificar a geração de adolescentes da época, que eram considerados muito rebeldes para os padrões de então. A literatura cita comportamentos não usuais para a época, como “não acreditar tanto em Deus”, ou fazer sexo antes do casamento. Por serem filhos de uma geração mais comportada, o estudo gerou recusa de uma Revista Britânica que o havia encomendado. A editora achou os resultados fortes demais.
O Relatório foi então publicado por Deverson junto a um correspondente americano, Charles Hamblett, que lendo os resultados resolveu chamar a geração de “X”.
Hoje não se sabe ao certo se o “X” se refere à expressão em inglês “X rated”, que significa ações ou produtos pornográficos, ou se a referência é ao “X” utilizado em matemática, como uma incógnita a ser descoberta.
Entre as principais características dos indivíduos da geração X, encontramos:
- Busca da Individualidade sem a perda da convivência em grupo.
- Maturidade e escolha de produtos de qualidade.
- Procura estabilidade no emprego
- Ruptura com as gerações anteriores.
- Maior valor a indivíduos do sexo oposto.
- Busca por seus direitos.
- Respeito à família menor que o de outras gerações.
- Procura de liberdade.

Geração Y
A Geração Y, ao contrário do que muitos pensam, não se refere exatamente a uma legião de adolescentes, mas sim a uma “determinada” geração, nascida entre os anos 1986 e 2005. São os filhos da Geração X e netos dos Baby Boomers.
Como é uma geração relativamente nova, ainda não há uma conceituação clara das características desta geração, a não ser pelo fato que nasceram em um mundo que estava se transformando em uma grande rede global. A Internet, emails, redes de relacionamento, recursos digitais, fizeram com que a geração Y fizesse milhares de amigos ao redor do mundo, sem ao menos terem saído da frente de seus computadores. A mobilidade nas comunicações é outra característica associada ao consumo da Geração Y.
Assim, se as gerações anteriores se conectavam com o seu mundo através de um computador de mesa, a nova geração passou a ficar constantemente disponível e conectada através de dispositivos móveis. A noção de grupo passa a ser virtual. Cada pessoa passa a ter o seu vídeo game, a sua TV, o seu celular e o seu equipamento de som. Isto muda a forma de comportamento e relacionamento social sobremaneira, já que até então, essas formas de diversão, entretenimento ou comunicação eram coletivas. Ao final do Século XX, a televisão ocupava um lugar central na sala, reunindo a família no que se chamava “horário nobre”. Da mesma forma no início do Século passado, o Rádio e equipamentos de som ocupavam esse lugar. Essa geração dispõe de todos esses dispositivos em equipamentos portáteis que não os prendem mais a lugar nenhum. A sala da família unida em torno da televisão como ironizado na abertura da série “Os Simpsons”, deixa de existir.
Não há acordo entre os estudiosos a respeito da data exata de início e fim desta geração. Alguns voltam alguns anos e ultrapassam os anos 70. Outros dizem que a geração Y se mantém até 2010. O que há em comum, no entanto são os novos hábitos voltados à comunicação e obtenção da informação instantânea.
Também são chamados de Millennials por serem a geração da mudança do milênio.
A definição foi criada pelo Advertising Age. Uma revista de publicidade e propaganda Norte Americana, que definiu, em 1993, os hábitos de consumo dos adolescentes da época. Como eram filhos dos integrantes da Geração X, se achou óbvio, que esta nova geração fosse chamada pela próxima letra do Alfabeto.
Entre as principais características dos indivíduos da Geração Y, encontramos:
- Estão sempre conectados.
- Procuram informação fácil e imediata.
- Preferem computadores a livros.
- Preferem e-mails a cartas.
- Digitam ao invés de escrever.
- Vivem em redes de relacionamento.
- Querem trabalhos que lhe dêem prazer e desafios e não se importam com a estabilidade.
- Compartilham tudo o que é seu: dados, fotos, hábitos.
- Estão sempre em busca de novas tecnologias.
Apesar de já haver uma definição para a próxima letra (Geração Z) esta geração não está definida, exatamente numa época, mas em um hábito de comportamento: uma geração eternamente conectada e preocupada com a ecologia e o respeito ao meio ambiente. Também está a caminho, a Geração Alfa, formada por pessoas nascidas a partir de 2010.